sexta-feira, 10 de julho de 2020

Resenha Sobre Fetichismo da Mercadoria - do Livro O Capital, Karl Max.

      A mercadoria consiste em dar forma útil ao trabalho realizado, apresentando propriedades sociais e propriedades do próprio produto, gerando assim uma relação social dos produtos com o trabalho.
    As propriedades óticas da mercadoria têm grande peso também, ou seja, o que se representa na ótica de cada um, a mercadoria em questão. A religião, dentro da razão humana, também agrega valor as mercadorias. Além disso, a simples vontade de possuir certo produto também agrega grande valor ao mesmo.
    Cientificamente foi comprovado que o valor da mercadoria trata-se simplesmente do resultado do trabalho humano, porém na produção mercantil o trabalho social também qualificou aquele produto como mercadoria.
    Nesse sistema o que importa é o que se obterá na troca de suas mercadorias, ou a quantidade de coisas a obter nesta troca. Ou seja, passou a importar o “lucro” obtido nas mercadorias.

   A partir do desenvolvimento do trabalho social foi ficando cada vez mais aparente a grande importância do tempo utilizado na produção de um produto, uma vez que a pessoa que possua mais produtos úteis a uma sociedade controla o valor de troca do mesmo. Com o desenvolvimento da produção mercantil a tendência é que não exista mais produtores independentes.
    Utiliza-se o dinheiro como mediador na troca de mercadorias, dando-lhes valor determinado, porém isso também passa a agregar o valor das marcas nos produtos, então a idéia de valor difunde-se com o valor do trabalho gasto para produzir uma mercadoria, levando mais em consideração o valor das marcas do que o valor do trabalho utilizado na produção.
    Com a produção mercantil surgiram as idéias burguesas que tratavam em ter cada vez mais lucros, agregando cada vez mais valores que não os da produção em si.
    O homem isolado da sociedade pode produzir produtos para sua própria necessidade, desde tenha matéria prima para esta empreitada, porém numa sociedade um depende do outro não sendo possível viver sem contato com outras pessoas. A produção mercantilista trata disso, uma não pode produzir se o outro não contribuir com sua parte, estando todos num só propósito, mesmo que os lucros dessa produção não sejam divididos como a importância de cada um na mesma.
    Existem exemplos de uma produção primitiva, onde se produzia para próprio consumo, como numa roça de subsistência e nesse modelo de produção onde geralmente trabalhava-se em família os lucros eram divididos de acordo o trabalho prestado e as necessidades de cada indivíduo, bem diferente da produção mercantilista onde o maior lucro fica nos valores externos e não no custo da produção.
    Numa produção social deve-se levar em conta que uma parte dos lucros deve voltar à produção e a outra para ser dividas entre os produtores, levando sempre em consideração o tempo e a dificuldade de cada serviço prestado para confeccionar aquele produto. Neste modelo de distribuição de lucros fica justo e transparente o valor a cada um dos diversos produtores.

    O mundo religioso reflete a vivência do mundo mercantilista que viu no cristianismo a religião ideal, onde age como um regulador das decisões em relação a produção e divisão dos lucros, porém isto não se tornara mais necessário quando as relações entre as pessoa passem a ser transparentes e justas.
    A economia política tem consciência que o valor final apresentado não se trata apenas dos custos de produção, porque no final isso favorece a própria economia estável.
    O fetichismo trata justamente da ilusão criada sobre o valor apresentado aos consumidores, onde se cria instrumentos para manipular este valor, quando deveria levar em consideração apenas o tempo e a força empregada na confecção do bem a ser adquirido. O valor de troca das mercadorias não depende apenas do tempo e dificuldade de produção de um objeto, uma vez que o homem relaciona valor e alguns produtos que saltam aos olhos das pessoas, como exemplo o ouro, onde as pessoas desejam algo por saber que existe um grande valor agregado que não se trata de custos de produção e sim por convenções. Afinal de que trata o ouro a não ser de uma pedra extraída de uma montanha?


Fonte: Karl Max, Livro O CAPITAL.

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